quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

ANA SALVAGNI

DIVULGANDO UM EVENTO QUE ACONTECERÁ EM CAMPINAS-S.P.



"CANÇÃO DO AMOR DISTÂNTE"

com ANA SALVAGNI  - voz,
EDUARDO LOBO - violão e guitarra,
MARIA BERALDO BASTO - clarinete e clarone


23 DE DEZEMBRO DE 2012 - DOMINGO
16h30
TEATRO DO SESC CAMPINAS
entrada franca.

"Trata-se de um espetáculo feito de canções sobre o tema do amor. Um amor ausente que, afinal,
torna-se mais presente do que nunca, já que se tranforma e se perpetua em texto e música. No repertório, autores como Tom Jobim, Villa-lobos, Dominguinos e Sinhô, dentre outros. E para que o amor e a saudade sejam sentidos de forma ainda mais "temperada", juntam-se ao repertório uma canção italiana feito sobre a morna caboverdiana, um fado e um vals venezolano."

O espetáculo conta com a preparação de Brisa Vieira e a iluminação de Guga Cacilhas

sábado, 3 de novembro de 2012

II COLÓQUIO INTERNACINAL DE HISTÓRIA E MÚSICA

ABAIXO ESTÁ O FOLDER SOBRE O EVENTO

II COLÓQUIO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA E MÚSICA
"MÚSICA POPULAR: HISTÓRIA, MEMÓRIA E IDENTIDADES".

ORGANIZADO PELA UNESP-FRANCA 
(UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO")
Av. Eufrásia Monteiro Petràglia,900-Jd Dr.Antonio Petráglia
CEP 14409-160

ACONTECERÁ EM MAIO DO ANO QUE VEM E AS INSCRIÇÕES PODERÃO SER FEITAS PELO SITE DA PÓS-GRADUAÇÃO DO DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA.
tel (16)3706-8792
home page:  http//www.franca.unesp.br/poshistoria 



quarta-feira, 31 de outubro de 2012

CHICO BUARQUE - TERESINHA

UMA PAUSA NO SEU DIA

Teresinha - Chico Buarque



TERESINHA

O primeiro me chegou
Como quem vem do florista:
Trouxe um bicho de pelúcia,
Trouxe um broche de ametista.
Me contou suas viagens
E as vantagens que ele tinha.
Me mostrou o seu relógio;
Me chamava de rainha.
Me encontrou tão desarmada,
Que tocou meu coração,
Mas não me negava nada
E, assustada, eu disse "não".
O segundo me chegou
Como quem chega do bar:
Trouxe um litro de aguardente
Tão amarga de tragar.
Indagou o meu passado
E cheirou minha comida.
Vasculhou minha gaveta;
Me chamava de perdida.
Me encontrou tão desarmada,
Que arranhou meu coração,
Mas não me entregava nada
E, assustada, eu disse "não".

O terceiro me chegou
Como quem chega do nada:
Ele não me trouxe nada,
Também nada perguntou.
Mal sei como ele se chama,
Mas entendo o que ele quer!
Se deitou na minha cama
E me chama de mulher.

Foi chegando sorrateiro
E antes que eu dissesse não,
Se instalou feito um posseiro
Dentro do meu coração.

Carlos Drummond de Andrade

Drummond, o poeta da literatura brasileira,
 nasceu no dia 31 de outubro de 1902. Mineiro da cidade de Itabira, estaria fazendo hoje 110 anos.
 Já foi homenageado entre os anos de 1988 à 1990,
sua efigie esteve nas notas de 50 quando a moeda no Brasil era chamada de "cruzado novo" e
 também com sua estátua chamada de "O Pensador"
que está no calçadão da praia de Copacabana e que hoje é uma referência na cidade do Rio de Janeiro.
O Instituto Moreira Salles, do Rio de Janeiro, inspirado nos irlandeses, que todos os anos homenageiam
o romancista James Joyce,  
lançou no ano passado (2011), aqui no Brasil a ideia
de instituir o dia D, dia de Drummond,
no calendário cultural do país.
Para quem se interessar, com curadoria de Eucanaã Ferraz e Flávio Moura, a programação do IMS está no site www.diadrummond.com.br
O Instituto Moreira Salles fica na
 Rua Marquês de São Vicente, 476.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

CÂMPUS UNESP JABOTICABAL - ÁRVORES

POR UMA ÁRVORE (CARTA ABERTA)
escrita em 21 de outubro de 2006 por Maria Esmeralda Payão Demattê - professora aposentada, Unesp-FCAV.
    

     Coloco esta carta aberta aqui no blog, escrita pela prof. Esmeralda, não apenas como divulgar mais um dos seus gritos de protesto (feitos por ela tantas vezes), mas também por informações históricas que esta carta contêm.

     Se um dia me perguntarem de que modo demonstrei minha gratidão por trabalhar durante tantos anos, em um lugar tão belo como o Câmpus de Jaboticabal, direi que procurava ensinar o que aprendia. Plantei árvores, jardins e sonhos. Ajudei a criar ambientes para abrigar a vida.
Muitos, antes e depois de mim, fizeram isso, mais e melhor. Como disse João Cabral de Melo Neto, "Um galo sozinho não tece uma manhã". Há muitas heranças na paisagem do Câmpus.
     O Câmpus da Unesp de Jaboticabal tem um valiosíssimo patrimônio paisagístico, formado ao longo de muitas décadas, com a contribuição amorosaa e competente de muitas pessoas. Os benefícos, especialmene os da contemplação da beleza, do conforto térmico e da sombra acolhedora, são usufruído por todos, mas nem todos se dão conta disso.
     Quando aqui cheguei, em 1974, já havia árvores antigas e outras recém-plantadas, além de um lindo e diversificado arboreto, formado pelo Prof. Ivor Bergemann de Aguiar. Conjuntos de belo efeito, incorporando árvores e palmeiras, já haviam sido criados pelo Prof. Pedro Dantas Fernandes. Lembrarei também de tantas espécies perenes que foram introduzidas depois pela Professora Taís Tostes Graziano e, mais recentemente, dos jardins idealizados pela Professora Kathia Fernandes Lopes Pivetta e pelo grupo Oficina da Paisagem. Reflorestamentos heterogêneos com espécies nativas têm sido feitos pelo Prof. Sérgio Valiengo Valeri.
     Acho até que todos, em nossa comunidade unespiana, têm sua árvore no Câmpus. Alguns trouxeram a muda de longe e plantaram. Outros a plantaram em um evento, muitas vezes a sua formatura. Houve os que cuidaram de árvores que cresciam perto do local de trabalho.E há, ainda, os que são representados por uma árvore. (A que me representa é uma jaboticabeira, plantada em 1991, quando Jaboticabal completou 163 anos).
Dos exemplares arbóreos antigos, os mais notáveis são duas enormes tipuana, em frente ao velho prédio central, plantadas em 1937. Elas são, às vezes, motivo de inquietação de quem administra. Seus galhos retorcidos, cobertos de epífitas e , especialmente, um grande oco, que apareceu na parte baixa do tronco de uma delas, têm provocado o temos de queda. Sempre pedi por sua vida. O oco foi tratado já faz muitos anos, com ótimo resultado. Sábio seria, se há temos de que as tipuanas caiam em cima dos carros, desativar o pequeno estacionamento em baixo deles e dar-lhes liberdade de espaço para encantarem a quem as vê.
Existem ainda outras grandes árvores antigas no Câmpus. Por exemplo, na área do Departamento de Engenharia Rural, há um magnífico cedro, preservado por ação daquele Departamento. Se, ainda hoje, essas velhas árvores nos oferecem sua sombra, é porque alguém, certa vez, defendeu sua permanência.
Havia também o deslumbrante conjunto de paus-ferro que margeavam a quadra do Restaurante Universitário e que foram cortados no começo deste ano, porque um deles caiu sobre a livraria da Funep e a destruiu. Há anos, quando eu coordenava os trabalhos do parque, foi pedida minha opinião sobre o possível risco que a proximidade daquela grande árvore representava para o prédio da livraria, com muitas partes de vidro. Meu parecer foi o de que havia risco, sim, principalmente de queda de galhos, e que o prédio deveria ser dasativado, porque a árvore já estava lá muito antes dele. O parecer não foi levado a sério.
Antes, por volta de 1977, esses paus-ferro tinham sido salvos do corte pelo Prof. Pedro Dantas Fernandes e por alunos de graduação. Uma rede elétrica avançava e, no seu caminho, estavam as velhas árvores. Travou-se então, uma batalha em que se enfrentaram os que queriam construir a rede e os que queriam conservar as árvores. Tudo acabou num concenso sensato, desviou-se a rede elétrica, e os paus-ferros foram preservaods. Eram outros tempos, quando mais gente se lembrava de que somos uma escola e que cabe a nós dar exemplos. Hoje, nao se batalha mais para salvar uma árvore, e as poucar vozes em sua defesa perdem-se no vazio. Cortam-se árvores porque estão onde alguém quer construir ou, até, pelo simples fato de serem grandes, sob a alegação de perigo. Quando chega a moto-serra, aproveita-se para cortar também árvores vizinhas, como aconteceu no caso do consjnto dos paus-ferro: um enorme amarelinho-da-amazônia (terminalia sp), único individuo de sua espécie no Câmpus e em toda a região, perfeitamente sadio, foi também cortado.
Em nossa cultura, os edifícios são mais valorizados do que as árvores. Quado determinado edificio público apresenta sinais de que pode desabar, geralmente se faz uma perícia e, enquanto isso, a área onde ele se encontra é isolada. Conforme o resultado da perícia, o edifício poderá ser reformado ou demolido. Se uma reforma puder resolver o problema, ela é, quase sempre, preferida, para economizar recursos financeiros.
por que não usar o mesmo critério para árvores? Por que não isolar a àrea onde está uma árvore supostamente perigosa e contratar uma perícia? Se for possível fazer um tratamento para recuperar a árvore, por que não fazê-lo, em vez de derrubar? mesmo quando estão em propriedade particular, as árvores beneficiam toda a comunidade, sendo, por isoo, um bem público. Se compararmos o valor de um edifício ao valor de uma árvore, a a´rvore vale tanto ou mais, Um edifício pode ser constru[ido com dinheiro; uma árvore, não. Porque, ao contrário dos edificíos, a árvore é uma criatura viva.
As árvores têm funções de extrema importância que passam despercebidas. Contribuem para a infiltração da água das chuvas, porque parte da água interceptada pela copa escorre pelo tronco e entra no solo, que é mais permeável por causa da presença das raízes. O conforto que elas oferecem não é causado somente pela sombra - também a transpiração que ocorre nas folhas faz diminuir a temperatura do ar circundante, por causa da transformação da água no estado líquido para o estado de vapor. E hoje, muitos cientistas, governos e instituições trabalham para aumentar a quantidade de árvores no Planeta, por causa da necessidade de diminuir o teor de carbono do ar.
O valor das ávores é reconhecido por lei. O Código Florestal Brasileiro menciona, como motivos suficientes para sua preservação, a localização, a raridade, a beleza ou a condição de porta-sementes. Legislações diversas citam também sua impôrtancia histórica, ecológica e cultural.
Estas reflexões são um modo de expressar a minha dor pelo corte da grande sibipiruna nao lado do prédio do *Banespa, no segundo final de semana deste outubro. Era a maior e a mais bela sibipiruna do Câmpus e, talvez, da cidade. Uma espécie nativa.
Quando, há décadas, o prédio do Banespa ia ser construído, reinvidicamos, outras pessoas e eu, que o local da construção fosse mudado, porque queriam cortar a árvore, próxima demais do lugar escolhido no projeto. A mudança foi feita para uma distância considerada segura pelos responsáveis, e a árvore foi preservada.
Agora, foi cortada. Estava em bom estado sanitário e em espaço livre de construções. Talvez o motivo tenha sido o seu enorme porte, a magnififica envergadura de sua copa, a força de sua presença.
No passado, eu gritava, brigava, mesmo diante do fato consumado. Hoje, sei que só me resta chorar.Já aprendi que , para defender árvores, não adianta brigar. A destruição de árvores, a falta de cuidado com a àgua , o solo e o ar, a crueldade contra os animais e os atos de violência contra pessoas são gerados pela mesma raiz. Derrubar árvores, por causa de problemas que poderiam ser resolvidos de outra maneira, é uma aula prática que ensina a sociedade a desprezar a vida. Somente quando as pessoas entenderem isso, somente quando olharem para  uma árvore com amos e gratidão, só então, ela estará protegida.
*hoje banco Santander.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

ANA PRIMAVESI



"O segredo da vida é o solo, porque do solo dependem as plantas, a água, o clima e nossa vida. Tudo está interligado. Não existe ser humano sadio se o solo não for sadio e as plantas nutridas" (APrimavesi)

Hoje vou falar de uma pessoa incrível. Se você não a conhece, vale a pena conhecê-la ou assistir sua palestra, ou mesmo ler o que ela fala e acredita e sabe; você com certeza vai entender. Não perca a oportunidade, você está vivendo na mesma época que ela, vendo-a ali, uma das pessoas que fez e faz a diferença. Mesmo se você não for agronômo, vai se deliciar vê-la falando, discursando. É de uma sabedoria imensa, erudita, sábia, além de ter estudado muito teoria, lido um monte de livros, aprendeu muito na prática. Ensinou várias pessoas, desde as mais simples. Discursou em vários lugares, para vários tipos de pessoas, recebeu em seu sítio grupos, fez tudo o que estava no seu alcance para passar tudo o que aprendeu. Disseminou e plantou muitas sementes, que agora estão ai em cada um que a encontrou. O que nos resta agora é fazer a nossa parte, de mutiplicar. E acho que é isso que estou fazendo nesse momento, bem pouco, mas apresentando-a a quem não conhece. Talvez faça a diferença ou é mais uma coisa que você ficou sabendo na vida.
Então, essa pessoa especial, é a Drª Ana Primavesi, austriaca, que veio ao Brasil no fim da segunda guerra mundial, quando os soviéticos começaram a invadir parte do seu país e começaram a confiscar as areas rurais. Naturalizada brasileira, formada pela universidade Rural de Viena. PhD em Ciências Agronômicas e especialista em solos. Casou-se com um colega de profissão. Ela é  considerada uma das pioneiras da agroecologia e também uma grande defensora da agricultura orgânica das mais respeitadas. Suas palestras, em qualquer lugar, seja Europa, Asia, América Latina levam uma legião de pessoas a escutar, aprender com ela. Publicou vários artigos e livros.

É autora dos livros: "Manejo Ecológico do Solo" (R$164,00), "Agricultura Sustentável" (R$55,90), "Manejo Ecológico de Pastagens" (R$66,90),  "Agroecologia: Ecosfera, Tecnosfera e Agricultura" (R$50,00).Todos da editora Nobel.


"O ADUBO QUÍMICO É BASICAMENTE FORMADO POR TRÊS ELEMENTOS E A PLANTA NECESSITA DE 45"(APrimavesi)



"Para a agrônoma, a "revoluçao verde" não foi feita para produzir mais, ela foi feita para salvar a agricultura norte-americana do pós-guerra. “Eles falaram nessa ‘revolução’ porque queriam vender para a agricultura as máquinas e os produtos químicos que sobraram. Logo depois da guerra, a indústria norte-americana tinha estoques enormes de substâncias venenosas feitas para matar o inimigo. Eles usaram, por exemplo, o fósforo sobre a população civil e é uma coisa horrível. A pessoa que recebe fósforo pingado começa a se desidratar e diminui de tamanho, sentindo dores tão fortes que só pensa em se matar”.

Diante desses estoques sem utilidade, alguém lembrou que a agricultura não utilizava praticamente nada da indústria e começaram a convencer os agricultores a usar adubos, fertilizantes e agrotóxicos. “Então, eles venderam primeiro o sistema de como tratar o solo, divulgando a calagem e, na verdade, começaram a matar o solo, jogando a terra morta para cima, atingindo o solo vivo. E o que ainda sobrou de matéria orgânica eles mataram com nitrogênio, não conseguindo recompô-la. Como a terra não tinha mais nada, estava morta, compactada, começaram a lançar fertilizantes. Foi todo um pacote destinado à agricultura convencional para dar enormes lucros à indústria, embora não fosse necessário”." (texto retirado da revista Visão Socioambiental)






"PARA QUE SERVEM OS TRANSGÊNICOS? PARA MATAR AS PLANTAS INDICADORAS DAS CARÊNCIAS, EMPURANDO OS PROBLEMAS PARA A FRENTE,
SEM RESOLVÊ-LO"(APrimavesi)


Até o ano passado Ana Primavesi morava em um sitio situado em Itaí, na região de Avaré. Hoje seu sítio esta a venda, e ela, morando em São Paulo com sua filha. Seus  amigos se reunem para discutir a quem vender ou encontrar o melhor caminho para esse rico pedaço de terra.
Fiquei muito feliz em saber que este ano, ela, aos 92 anos de idade, foi a escolhida para ganhar o prêmio mais importante da agricultura orgânica no mundo, o One World Ward, dado pela IFOAM (International of Organic Agriculture Movements). Este prêmio é dado a cada dois anos desde 2008 para as pessoas da area orgânica. Ela foi a escolhida por dar um grande impulso aos movimentos agroecológicos na América Latina contribuindo para moldar um paradigma alternativo à agricultura industrial. No dia 14 de setembro, Ana Primavesi, esteve na Alemanha, na cidade de Legan para receber este prêmio.


Abaixo, deixo um link, enviado por Romeu, da Yamaguishi, para o grupo de emails do kensan. É uma reportagem que foi ao ar no programa "ReporterEco" da TV Cultura, no dia 02 de agosto de 2012.
 Link do programa:
www.m.cmais.com.br/programa/reportereco


“O problema está na penetração da água das chuvas no solo. Uma terra viva e protegida consegue infiltrar 400 milímetros de chuva por hora. A água vai para o nível freático e retorna como nascentes ou escoa subterraneamente para os rios. Mas com toda essa agricultura química, em que a terra fica dura, a água infiltra apenas sete milímetros por hora e o resto escorre, causando enchentes, erosões etc. As pessoas procuram resolver o problema sem olhar para o que o causou, fazendo curvas de nível, micro-bacias, represas, se esquecendo que de toda essa água represada 46 a 50% evapora. É praticamente nada o que eles captam”.(APrimavesi)

PARA SABER MAIS:
www.anaprimavesiana.blogspot.com 

sábado, 22 de setembro de 2012

A INDÚSTRIA CULTURAL e seus tentáculos

 A Indústria Cultural e seus tentáculos
                                                                             (filnal do texto escrito por Prof.Dr.José Adriano Fenerick)

            Vocês já repararam o quanto é difícil passar uma tarde de domingo sem ouvir a voz ou ver a imagem do Gugu Liberato ou do Faustão? Isso é o que chamamos de massificação. Ela tem que garantir que mesmo aqueles que não gostam ou não querem ver esses programas saibam que eles existem. Pois a Indústria Cultural, por trabalhar na perspectiva do totalitarismo, quer que todos os indivíduos se identifiquem na massa, e apenas na massa (na massa amorfa! Tudo hoje virou espetáculo, já repararam? Da música à religião. Tudo tem que ser consumido pelas massas, senão não tem valor, ou querem nos fazer crer que não tenha valor). Ninguém pode ficar fora: você pode até não gostar da novela, mas se não assisti-la não terá nada a comentar com seus amigos; e mesmo que não assista, você ficará sabendo das novas aventuras da Débora Secco, quer queira ou não (é o indivíduo se plasmando no todo totalitário). Bem, dito isso, como fica o difusionismo nesse mundo globalizado e neo-liberal? Ele se transforma naquilo que os pesquisadores do assunto chamaram de populismo cultural.
            O argumento central do agente cultural ou do secretário de cultura que trabalha na perspectiva da Indústria Cultural, do populismo cultural, é o seguinte: “estou dando ao povo o que ele quer”. (Gostaria de ter essa bola de cristal só por um dia, só pra saber os números da Sena da próxima semana! Pois se se pode saber o que o “povo” – esse ente abstrato – gosta, deve ser moleza prever os números da Sena, não é verdade?!). Parece tudo tão simples e fácil, não? Entretanto é preciso ver de perto essa questão: uma coisa é dizer que o “povo” gosta do que é exibido na TV e no rádio; outra coisa, porém, é sabermos até onde ele efetivamente tem opções de escolha. Pensar desse modo, para o agente cultural que não quiser seguir a pauta dos meios de comunicação de massas, para aqueles que entendem que existe muita vida (ou toda a vida) fora da TV, faz-se necessário questionar a política cultural populista.
            É preciso lembrar que a democracia lida com as diferenças e com os conflitos e não com a unidade consensual e o sempre o mesmo. É preciso lembrar que a cultura é e precisa ser plural. Assim, ao invés do conformismo com o atual estado de coisa, o agente cultural que quiser mudar algo na cultura de sua cidade (ou de seu país), tem que se colocar na perspectiva crítica. Perguntas devem ser feitas. Por exemplo: por que todos só querem ouvir Daniel, ou Daniela Mercury, ou similares? Por que só querem ler Paulo Coelho e/ou livros de auto-ajuda? Por que só querem ver filmes americanos enlatados? Por que só querem ver peças de teatro com atores globais? Foi dada a escolha a eles? Ou isso tudo foi feito apenas e tão somente como expressão do populismo cultural, isto é, mais uma imposição da Indústria Cultural?
Aí então encontraremos caminhos para elaborar uma ação cultural e uma política cultural que defina a cultura como sendo a possibilidade do ser humano se criar a si mesmo e criar o possível. Criar o novo. Sair da imposição totalitária da massificação, isso deveria ser o norte para as ações culturais e políticas públicas que queiram realmente fazer algum tipo de intervenção conseqüente na área de cultura nesses tempos globalizados e neo-liberais. Creio ser preciso trabalhar na perspectiva de uma contra-hegemonia (hegemonia essa imposta pela Indústria Cultural), na perspectiva de uma contra-cultura (que por definição é questionadora dos padrões vigentes da cultura hegemônica). Mas mais do que isso, é preciso não incorrer nos erros e equívocos do passado, como tentei alertar ao fazer a discussão sobre o conceito de cultura. Do mesmo modo, seria relevante não pensar a cultura como Arte em separado da cultura como Vida. O artista cria, mas quem decodifica a criação é a sociedade em seu ambiente cultural próprio. Quanto melhor é esse ambiente cultural, melhor para o artista, pois ele poderá sempre criar coisas novas, mesmo que num primeiro momento isso cause um choque em todo mundo, mas isso faz parte do processo de criação. Na verdade, como alertava Raymond Williams, somos todos, ao mesmo tempo, criadores e decodificadores dos valores culturais. Não faz sentido pensar o criador em separado de seu meio cultural. E, não tenho dúvida, é isso que o Espaço Cultural Oré vem fazendo na cidade já há quase dois anos, e que agora quer dividir essa idéia com todos aqueles que quiserem contribuir.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

UMA PAUSA NO SEU DIA - "CÉU DE SANTO AMARO"

Hoje a música escolhida para "esta pausa" é uma versão de Flávio Venturini com  letra na música de Johann Sebastian Bach. Acho que vão gostar. Escolhi com a Maria Betãnia cantando. Abaixo do vídeo está a letra da música.





Céu de Santo Amaro


Olho para o céu
Tantas estrelas dizendo da imensidão
Do universo em nós
A força desse amor
Nos invadiu...
Com ela veio a paz, toda beleza de sentir
Que para sempre uma estrela vai dizer
Simplesmente amo você...

Meu amor..
Vou lhe dizer
Quero você
Com a alegria de um pássaro
Em busca de outro verão
Na noite do sertão
Meu coração só quer bater por ti
Eu me coloco em tuas mãos
Para sentir toda a beleza que sonhei
Nós somos rainha e rei.

Olho para o céu
Tantas estrelas dizendo da imensidão
Do universo em nós
A força desse amor nos invadiu...
Então...
Veio a certeza de amar você...

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

continuação do texto (parte IV)

Parte IV ( continuação do texto escrito pelo prof.Dr. José Adriano Fererick)

Ao desqualificar a cultura das classes subalternas (a cultura popular), a elite (política, econômica, intelectual etc.) age por meio do não-reconhecimento de uma cultura diferente da dela. Assim, a elite liberal do século XIX construiu museus, teatros, bibliotecas etc. para, primeiro, arquivar e dar forma a sua própria cultura e, segundo, para que essa mesma elite, e tão somente ela, pudesse ter acesso a esses bens culturais. Do mesmo modo, essa burguesia liberal construiu sua própria memória histórica (seus “heróis”), seus próprios dias de comemorações e seus próprios dias de festas. Na fase liberal do Estado burguês o “povo” não entrava na jogada, a não ser como meras bestas de cargas, como trabalhadores. Na época da social-democracia do Estado burguês, época que chamamos de “Estado do bem-estar social”, que durou aproximadamente de fins da Segunda Guerra Mundial até os anos de 1980 (variando de país para país), e após sangrentas lutas entre trabalhadores e capital, o “povo” passou a ser notado, no sentido cultural. Mas notado como? Notado como pessoas incultas, mas que “mereciam” ser educadas e ter acesso aos bens culturais (da burguesia!). E assim, instalou-se a política chamada de difusionismo. Ou seja, difundir os bens culturais de uma elite (da burguesia) para todos, como se os valores culturais dessa elite fossem universais e igualmente importantes para todos. É deste tipo de política cultural - que não reconhece as classes populares como agentes e/ou produtores culturais, mas apenas como seres incultos e passivos que têm que ser educados na e pela cultura burguesa - que saiu propostas como: concertos de Orquestras (ou similares) em bairros de periferia ou praças públicas, bibliotecas volantes, teatro na periferia, a gratuidade dos eventos, cinemas na rua etc. São as tais políticas “inclusivas”, onde o que se quer incluir é o “homem popular” na cultura burguesa, destituindo-o de sua própria cultura. Notem, embora importante e significativas, tais ações pecam por não reconhecer o “popular” como produtor de cultura, apenas o entende como “consumidor”, quase sempre passivo (o que não é nunca verdade). Não se trata de “diálogos” entre culturas diferentes (o que seria bom), mas sim de imposição de um padrão cultural de uma classe social para outra classe social. A cooptação é notória. O 1º. De Maio é o exemplo clássico. O Dia do Trabalhador, nascido e criado nas lutas operárias contra o capital, transformou-se no Dia do Trabalho, um dia de show na praça, um dia de lazer descomprometido. Ao invés de se cultuar a memória do trabalhador, cultua-se o oposto, cultua-se o trabalho (fonte da dominação de classe exercida pela burguesia). Cooptado, o 1º. De Maio perde seu sentido de cultura operária, de cultura popular, e passa a integrar as festividades da burguesia com seus showszinhos na praça e tudo o mais.
            Sobre isso ainda é importante dizer o seguinte: o que até os anos 1960/70 era apenas um crime de furto, transforma-se num verdadeiro estupro seguido de morte e com requintes de crueldade, após a Indústria Cultural chegar, na década de 1980, a seu formato mais ameaçador, com o advento da Globalização e do chamado neo-liberalismo. A política do difusionismo, a partir daí, ganha novos e cruéis contornos quando aliada à Indústria Cultural. O que estou chamando aqui de Indústria Cultural é um conceito cunhado nos anos de 1940 pelo filósofo alemão T. W. Adorno. Esse conceito procura dar conta da chamada cultura de massa, ou da cultura produzida e difundida pelos meios de comunicação de massa (TV, rádio, jornais, gravadoras etc.). O que de imediato é importante observar no que se refere à Indústria Cultural é que seus produtos (culturais!) não representam a cultura popular como pensam alguns. Existe uma diferença enorme entre a cultura produzida pelo povo e para o povo, e uma cultura pensada e planejada para apenas ser consumida em larga escala pelo povo, ou por quem quer que seja. Ela também não representa a cultura burguesa (as Belas Artes), pois a Indústria Cultural opera pela diluição dos valores culturais tanto da burguesia como da cultura popular. Ela elimina o conteúdo crítico da cultura burguesa, ao mesmo tempo em que elimina a espontaneidade da cultura popular. No limite, ela elimina a criatividade, pois trabalha com a idéia de “gosto médio”, produzindo produtos cada vez mais padronizados, cada vez mais redundantes (quem já ouviu um disco de pagode, ou de dupla sertaneja, por exemplo, já ouviu todos! Quem já leu um livro de auto-ajuda, já leu todos, e assim por diante). Ela ainda promete dar satisfação para aqueles que consomem seus produtos, mas no ato do consumo ela nega essa satisfação, essa felicidade prometida, para que o “consumidor” volte a comprar mais e mais produtos, mesmo eles (os produtos culturais) sendo sempre os mesmos (isto é, padronizados), pois a felicidade prometida está no ato mesmo do consumo, que requer mais consumo logo em seguida e assim sucessivamente. Com isso ela garante a permanência de sua clientela cativa. Na verdade, ela se pretende Totalitária, pois não quer nos deixar escolha. Mesmo os mais desavisados ou os mais resistentes, consomem seus produtos. Ela também coisifica a cultura. Transforma todo bem cultural ou todo valor cultural em moeda de troca, pois o que lhe interessa é apenas o lucro. E nesse sentido, por embotar a criatividade, por deslocar todos os valores culturais existentes, por padronizar a cultura, por não deixar nenhuma escolha para as pessoas (ou quase nenhuma, pois acredito na resistência), a Indústria Cultural é o que poderíamos chamar de a maior ameaça à democracia ocidental, pois como eu disse, ela trabalha na perspectiva do totalitarismo. Esse é o monstro. Vejamos seus tentáculos.

continuação (parte III)

Parte III

Pensar a cultura como sendo sinônimo da alta cultura burguesa (Belas Artes, conhecimento científico etc.), e apenas isso, também leva a um outro equívoco: desqualificar tudo aquilo que não faz parte desse universo cultural. Ou seja, tudo aquilo que não for a “mais sincera expressão da alma” (Belas Artes), o que não for o mais “avançado refinamento dos costumes” (educação burguesa), ou o que não for regido pela razão científica (conhecimento científico), é obscurantismo, é foco de violência, é arte sem valor, é atraso etc. Chegamos aqui, então, a um dos maiores problemas contido nessa noção de cultura: ela desqualifica e renega a cultura popular, ou a cultura das classes subalternas (para usar essa expressão do filósofo italiano Antonio Gramsci). Na ótica do cidadão ilustrado, a cultura das classes populares não é cultura, e, portanto, é comum ela nem entrar na pauta de discussão de uma ação cultural ou política cultural. Mais que isso, geralmente ela é objeto de perseguição e preconceito. Todos conhecem a história do samba, não? Originário das camadas pobres e populares do Rio de Janeiro ele foi por muito tempo combatido pelo Estado, perseguido pela polícia, pois ele era sinônimo de coisa atrasada (coisa de negros!), ele era visto como sinônimo de violência e assim por diante.
Ao desqualificar a cultura das classes subalternas (a cultura popular), a elite (política, econômica, intelectual etc.) age por meio do não-reconhecimento de uma cultura diferente da dela. Assim, a elite liberal do século XIX construiu museus, teatros, bibliotecas etc. para, primeiro, arquivar e dar forma a sua própria cultura e, segundo, para que essa mesma elite, e tão somente ela, pudesse ter acesso a esses bens culturais. Do mesmo modo, essa burguesia liberal construiu sua própria memória histórica (seus “heróis”), seus próprios dias de comemorações e seus próprios dias de festas. Na fase liberal do Estado burguês o “povo” não entrava na jogada, a não ser como meras bestas de cargas, como trabalhadores. Na época da social-democracia do Estado burguês, época que chamamos de “Estado do bem-estar social”, que durou aproximadamente de fins da Segunda Guerra Mundial até os anos de 1980 (variando de país para país), e após sangrentas lutas entre trabalhadores e capital, o “povo” passou a ser notado, no sentido cultural. Mas notado como? Notado como pessoas incultas, mas que “mereciam” ser educadas e ter acesso aos bens culturais (da burguesia!). E assim, instalou-se a política chamada de difusionismo. Ou seja, difundir os bens culturais de uma elite (da burguesia) para todos, como se os valores culturais dessa elite fossem universais e igualmente importantes para todos. É deste tipo de política cultural - que não reconhece as classes populares como agentes e/ou produtores culturais, mas apenas como seres incultos e passivos que têm que ser educados na e pela cultura burguesa - que saiu propostas como: concertos de Orquestras (ou similares) em bairros de periferia ou praças públicas, bibliotecas volantes, teatro na periferia, a gratuidade dos eventos, cinemas na rua etc. São as tais políticas “inclusivas”, onde o que se quer incluir é o “homem popular” na cultura burguesa, destituindo-o de sua própria cultura. Notem, embora importante e significativas, tais ações pecam por não reconhecer o “popular” como produtor de cultura, apenas o entende como “consumidor”, quase sempre passivo (o que não é nunca verdade). Não se trata de “diálogos” entre culturas diferentes (o que seria bom), mas sim de imposição de um padrão cultural de uma classe social para outra classe social. A cooptação é notória. O 1º. De Maio é o exemplo clássico. O Dia do Trabalhador, nascido e criado nas lutas operárias contra o capital, transformou-se no Dia do Trabalho, um dia de show na praça, um dia de lazer descomprometido. Ao invés de se cultuar a memória do trabalhador, cultua-se o oposto, cultua-se o trabalho (fonte da dominação de classe exercida pela burguesia). Cooptado, o 1º. De Maio perde seu sentido de cultura operária, de cultura popular, e passa a integrar as festividades da burguesia com seus showszinhos na praça e tudo o mais.
  O samba – (assim como outras manifestações culturais de origem popular) - teve que conquistar seu lugar na sociedade, a duras penas. E, claro, nesse trajeto, houve muita cooptação por parte do Estado e dos interesses econômicos de gravadoras, rádios, TVs e coisas afins. Mas o exemplo ainda continua válido. Assim, temos que a cultura popular - (enquanto não for enquadrada pelo gosto burguês, como foi o caso do samba, que de marginal virou símbolo da nacionalidade do país) - não entra na pauta, mas os “populares” sim, esses entram. E de que forma? Através do difusionismo. (continuação na parte IV)

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

UMA PAUSA NO SEU DIA - "NANA CAYMMI"

 




Café com Pão

NANA CAYMMI

Coisas tão simples de nós dois
Pão com manteiga no café
Coisa com coisa que somou
Mais
Coisas tão poucas tão banais
Coisas com coisas tão iguais
Coisas que homem e mulher
Faz
Coisas de quem sabe o que quer
Somos assim tão naturais
Como o amor dos animais...
É
Coisa que a gente nem deu nome
E de manhã aquela fome
O nosso cheiro nos lençóis
Nós

C U L T U R A - uma palavra problemática (parte I)

Cultura: uma palavra problemática
 texto escrito por *José Adriano Fenerick
*doutor em história da cultura pela USP. Professor de hístoria na Unesp de Franca, SP.

Uma das maiores dificuldades encontradas pelo agente cultural está em definir seu campo de atuação. Mesmo para aqueles que sentem reais necessidades de intervir no campo cultural de sua cidade, de seu estado ou de seu país, não é raro o entusiasmo inicial se transformar, em pouco tempo, em angústia ou desânimo. Ainda no que diz respeito à ação cultural, não é raro ter-se muita dificuldade até mesmo para reunir inicialmente um grupo de pessoas, ainda que não muito numeroso, pois, mesmo que inconscientemente, todas as pessoas têm sua própria noção do que seja cultura (o que não quer dizer que essa noção seja a mesma para todas elas), seus próprios interesses, e isso pode fazer com que o grupo não canalize suas melhores energias para o mesmo ponto – o que pode enfraquecer uma ação cultural legítima, ou mesmo levá-la a uma “morte prematura”. Se do lado da ação cultural proveniente da sociedade civil podemos encontrar tais dificuldades, do lado da política cultural proveniente do Estado (em seus três níveis), uma má compreensão do campo de atuação de uma política dessa natureza pode gerar (e é freqüente observar isso) equívocos, erros desnecessários, ou mesmo causar um efeito oposto ao desejado pelo governante. Questões como essas, em grande parte, deve-se à imprecisão e à polissemia do conceito de cultura e tudo o que daí é derivado.
O conceito de cultura, já largamente estudado por vários historiadores, sociólogos, antropólogos, filósofos etc. tem uma origem que remonta à Antiguidade Clássica, possuindo ao longo dos séculos, ao menos no Ocidente, uma gama enorme de significados e definições. Não é o caso aqui de refazermos todo esse percurso, mas seria importante refletirmos um pouco sobre os dois modos mais recorrentes de definição de cultura encontrados atualmente. O primeiro modo define cultura como um conjunto de práticas, hábitos, crenças, valores, costumes etc., partilhados por um mesmo grupo social – trata-se de uma definição antropológica, onde a cultura é vista como o “modo de vida” de um povo, de uma sociedade etc. É a partir dessa definição, ampla, que podemos nos referir à cultura japonesa, à cultura brasileira, à cultura paulista, à cultura jaboticabalense e assim por diante. Isso tudo se refere a diferentes “modos de vida” de diferentes povos, comunidades ou sociedades. Diferenças essas que podem ser tanto temporais (históricas) quanto espaciais (geográficas). Se essa primeira definição é extremamente abrangente, pois envolve um conjunto muito grande das atividades humanas (que varia desde o quê e o como se come, até o quê e o como se veste – de o como se nasce, até o como se morre), o segundo modo de pensar a cultura é, ao contrário, extremamente restrito. Trata-se de pensar a cultura como sinônimo de Belas Artes (teatro, música, artes plásticas etc.), de conhecimento formal (de conhecimento adquirido nas escolas e universidades), de Belas Letras (literatura). Esse último modo, inclusive, é o mais corriqueiro e o mais fácil de ser encontrado entre o senso-comum, entre as pessoas de um modo geral, que passam, então, a fazer uma distinção entre pessoas cultas (com cultura) e incultas (sem cultura).
            Geralmente, entre os agentes culturais da sociedade civil e entre os elaboradores de políticas públicas, essas duas definições de cultura não são pensadas como complementares e inter-relacionadas, mas sim como distintas, sem vínculos entre uma e outra. Quando pensada isoladamente, a definição antropológica de cultura (como um “modo de vida”) parece levar apenas à contemplação e ao imobilismo. Por exemplo: a cultura - o “modo de vida” - do jaboticabalense é o que é, não podemos interferir aqui, pois se trata de questões privadas de cada um. Como é possível intervir, ou ainda, é justo intervir no modo de ser de cada um, na crença de cada um, no gosto de cada um? Gosto e religião - juntamente com o futebol - não se discutem, não é isso que diz o adágio popular? Tais dúvidas e questionamentos já colocam a definição antropológica de cultura (quando se quer propor uma ação cultural) para escanteio antes mesmo de o jogo começar. Sobra, então, a outra definição e é para lá que todas as atenções normalmente se voltam e é de lá também que vêm os maiores equívocos, erros e ações públicas “desgovernadas”.

A CULTURA DE ELITE E A CULTURA POPULAR (parte II)

A CULTURA DE ELITE E A CULTURA POPULAR 
texto escrito por *Jose Adriano Fenerick
*prof.dr. na Unesp de Franca,SP


            Pensar a cultura como sinônimo de Belas Artes (e apenas isso), mesmo sendo prática corriqueira, não deixa de apresentar uma série de problemas que precisam ser equacionados antes de qualquer proposta de ação cultural ou de política cultural, sob pena de se cometer equívocos e erros muito graves. Embora seja possível rastrear essa definição de cultura desde o Iluminismo (século XVIII), ela é uma definição Romântica (século XIX). Ela representa aquilo que o grande teórico inglês - responsável pela criação dos Estudos Culturais britânicos nos anos de 1950/60 - Raymond Williams, chamava de “cultura da casa de chá”, ou, da definição “Opera House” de cultura (que poderíamos traduzir como sendo uma definição elitista de cultura). Isto é, definir cultura assim, é dizer que apenas um grupo (ou classe) social é portador de cultura, pois as Belas Artes e o conhecimento científico são as expressões máximas da cultura burguesa. Como lembrava Williams, em sua crítica a  essa definição:
“Não precisamos ser rudes e nem grosseiros com os portadores dessa cultura, precisamos apenas questioná-los”.
Vamos, então, questionar essa noção de cultura e ver o que sai disso.
A primeira coisa que sai é essa:
a cultura (as artes) é uma coisa supérflua...ou perigosa! No caso da política cultural governamental brasileira há, historicamente, uma alternância (ou um misto) entre um certo desdém e uma grande preocupação em domesticá-la. Uma época onde houve muita preocupação do Estado para com a cultura (as artes), foi no período da ditadura militar. Período esse que viu ser criada a EMBRAFILME, o Conselho Federal de Cultura, a FUNARTE entre outras coisas, mas também presenciou a adoção...da censura prévia, instituída a partir do AI-5, em 1968. Ou seja, para os militares, a cultura era, antes de tudo, perigosa. Precisava-se ou cooptá-la (por meio dos programas federais de incentivo a cultura – os dependentes de financiamento estatal raramente podem ser livres em relação a um Estado Autoritário, e assim, muitos foram cooptados pela política governamental dos militares), ou calá-la (por meio da censura). Hoje em dia estamos vivendo um outro momento histórico, diferente da época dos militares, mas não menos preocupante. Basta dizer que, atualmente, o Ministério da Cultura é um dos ministérios que possui a menor verba disponível, assim como as secretarias estaduais e municipais de cultura (isso quando o município possui uma secretaria de cultura, pois nem todas as cidades possuem uma secretaria exclusiva para a cultura). E por que isso ocorre? Falta de sensibilidade política? Falta de vontade política? Falta de programa político para a área de cultura? Falta de gente especializada e competente? Sim, tudo isso junto, e mais uma coisa: incompreensão do que seja cultura.
Quando não é vista como perigosa, a cultura é vista como supérflua. Os políticos brasileiros (salvo as raríssimas exceções de praxe), têm uma compreensão, na melhor das hipóteses, apenas parcial do fenômeno, e isso os leva a deixar a cultura de lado. Os governantes (salvo as raríssimas exceções de praxe, novamente) partem, mesmo que inconscientemente, do conceito Romântico de cultura, isto é, cultura como sinônimo de Belas Artes, e, portanto, como uma atividade que não está diretamente relacionada com a sobrevivência imediata das pessoas - pois o romantismo pregava ser a arte uma produção voltada apenas para o “deleite do espírito” (a arte não pode e nem deve ser vista assim, estou aqui me referindo apenas e tão somente à concepção romântica, idealista, de arte) -, eles vêem a cultura como algo supérfluo e a deixam em segundo ou terceiro plano (ou a usam de forma eleitoreira, isso também ocorre muito). Pois os governantes, no geral, se preocupam com as coisas relativas à sobrevivência imediata das pessoas (saúde, transporte, emprego etc.), e pouca importância dão para aquilo que eles entendem como supérfluo, e a tratam, no máximo, como um lazer despretensioso – uma coisa somente para divertir e entreter as pessoas na suas horas de folga. Mal sabem eles, os nossos governantes, que o ser-humano deixou sua condição animal de besta-fera para começar a se fazer Humano graças à cultura, em seu sentido mais amplo, e nada mais concreto e material na vida humana que a cultura, mas deixemos esse tema para uma próxima oportunidade...
           

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O D I S S É I A (CDAndrade)

ODISSÉIA
(conto sugerido por Maria Esmeralda Payão Demattê)

O AMOR foi função, bebeu, cantou e bailou, estava muito excitado, tiveram de levá-lo para casa e
prendê-lo no quarto para que repousasse. No dia seguinte o amor cantou e bailou sem beber, e era sempre primavera nos seus modos e falas. O amor viajou, voltou, fazia piruetas, trocadilhos, esculturas, criava línguas e ensinava-as de graça. Todos o queriam para companheiro, paravam de guerrear para abraçá-lo, jogavam-lhe moedas que ele não apanhava, gerânios que ele oferecia às crianças e às mulheres. O amor não adoecia nem ficava mais velho, resplandecia sempre, havia quem o invejasse, quem inventasse calúnias a seu respeito, o amor nem ligava. Cercaram sua casa de madrugada, meteram-lhe a cabeça num saco preto, conduziram-no a um morro que dava para o abismo, interrogaram-no, bateram-lhe, ameaçaram jogá-lo no precipício, jogaram. O amor caiu lá embaixo aos pedaços, mas se recompôs e foi preso outra vez, aplicaram-lhe choques elétricos, arrancaram-lhe as unhas, os dedos, o amor sorria e quando não podia mais sorrir gritava numa de suas línguas novas, que não era entendida. E desfalecendo voltava à consciência, e torturado outra vez, era como se não fosse ele. Quebraram o amor em mil partículas, e ninguém pôde ver as partículas. Foi sepultado normalmente no fim do mundo, que é para lá da memória. Ninguém o localizou, mas todos falavam nele, o amor virou um sonho, uma constelação, uma rima, e todos falavam nele, e ressuscitou ao terceiro dia.
                                                   Carlos Drummond de Andrade (Contos Plausíveis)

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

CONSERVATÓRIO DE TATUÍ - JAZZ COMBO



Todas as Coisas!

Impossível não se estar pensando em coisas ou se fazendo coisas!!! Coisas acontecem, acredito que na mesma proporção que coisas não acontecem. Porém, se concretizando ou na expectativa disso, elas estão sempre presentes:
- Oba!! A coisa deu certo!!!!

- Vixe!!! A coisa não vai rolar!!!!
Temos então, coisa como um híbrido do vocabulário! Lançamos mão dela em todas as situações como qual um coringa num jogo de baralho. Serve para tapar os buracos dos lapsos criativos, ou mesmo da ignóbil escassez de vernáculos dignificantes aos assuntos:
- Olha, que coisa!!!!
Pode ser:
- O factível meio de transporte coletivo se atrasa com irritante constância!!!
ou,
- A carestia inflacionária dos produtos alimentícios de consumo está sempre em alta!!!
ou,
- O ocaso hoje nos oferece um momento pictórico!!!!
ou ainda,
- Estonteante deusa menina que transita de lá para cá, transbordando vivacidade,
em adocicados movimentos coreográficos rumo ao oceano!!!!
Então fica claro que objetos animados e inanimados, com e sem vida, vindos de eras remotas para o sempre todo de um além eterno, são definitivamente coisas!!!!
E é pra isso que estamos aqui, pra falar de coisas definitivas, coisas que numeradas deram nomes as 10 músicas de Moacir Santos que compõe o seu LP de 1965, estranhamente denominado “Coisas”!!!! Gravado pelo selo Forma, com a participação de Edmundo Maciel [trombone], Geraldo Vespar [guitara], Wilson das Neves[bateria], Moacir Santos [sax barítono] e outros, sedimenta o samba jazz com uma enorme utilização das percussões africanas advindas dos terreiros. Mas não são simples batuques incorporados as composições!!! São conceitos rítmicos levados ao extremo!!!! São estruturas rítmicas em contraponto, formando uma polirritmia que constitui a base da criação de Moacir, a atmosfera, o clima, um verdadeiro mantra que emoldura suas idéias melódicas e harmônicas. Uma verdadeira obra prima! Considerado por muitos como um dos 20 LPs brasileiros mais importantes de todos os tempos, no Brasil e um dos 200 mais importantes do mundo!!!!! Porém, ninguém deu importância a ele nesses tristes idos revolucionários dos anos 60, período de alta criatividade por aqui, mas sem eco, fazendo com que esses mestres fossem baixar em outro centro! Assim foi com esse nosso pai de santo, que um ano após em 66 se muda para a Califórnia, para criar o “American Away of Macumba”?!? O” macumbation”, recebendo assim os méritos devidos como um dos maiores de todos o tempos. Por aqui Moacir ganhou o resgate quase integral de sua obra feita por Mário Adnet com o álbum Ouro Negro em 2001 e depois com Choros & Alegria, trazendo-o de volta a luz dos brasileiros.
Acredito que essa nossa empreitada seja a primeira integral do Coisas ao vivo! Esperamos que as coisas caminhem bem para todos dedicando esse show pros santos, na certeza que Moacir o foi no nome, na vida e agora lá por cima, regendo esse naipe divino!!!!!!
Paulo Flores

terça-feira, 10 de julho de 2012

30ª FESTA DO QUITUTE NO "CORA CORALINA"

HOJE, DIA 10 DE JULHO DE 2012,

COMEÇA A 30ª FESTA DO QUITUTE E EXPO-FEIRA DE ARTE E ARTESANATO DE JABOTICABAL(SP),

NA ESTAÇÃO DE EVENTOS "CORA CORALINA" E TERMINA NO DIA 16 DE JUNHO, ANIVERSÁRIO DA CIDADE, QUE COMPLETA 184 ANOS.

VÁRIAS ENTIDADES FILANTROPICAS DE JABOTICABAL VENDEM DIFERENTES TIPOS DE COMIDA, CULINÁRIA MINEIRA, ITALIANA, JAPONESA,COM SEU FAMOSO SUKIAKE E A  NORESTINA. TODOS QUE TRABALHAM NA FEIRA SÃO VOLUNTÁRIOS. A CADA ANO A ESTRUTURA DA FESTA MELHORA. ATRAÇÕES MUSICAIS. ENTRADA GRATUITA.

A ESTAÇÃO DE EVENTOS QUE É O ANTIGO ARMAZEM DA ESTAÇÃO FERROVIARIA  RECEBEU O NOME DE
 "CORA CORALINA'
EM HOMENAGEM A ESTA GRANDE POETISA BRASILEIRA.
ANA LINS DOS GUIMARÃES PEIXOTO BRETAS,
NASCEU EM 20 DE AGOSTO DE 1889,
NA CIDADE DE GÓIAS. SÓ EM 1910 QUE FICOU CONHECIDA POR VÁRIOS CRÍTICOS COM A PUBLICAÇÃO DE UM CONTO "TRAGÉDIA NA ROÇA" USANDO O PSEUDONIMO DE CORA CORALINA.
CASADA, MOROU AQUI EM JABOTICABAL,
TEVE SEUS 6 FILHOS, E TRABALHOU COMERCIALIZANDO FLORES, PRINCIPALMENTE ROSAS. PARTICIPOU DA CRIAÇÃO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL. E CHEGOU A ABRIR UMA PENSÃO.
FOI CONVIDADA POR MONTEIRO LOBATO A PARTICIPAR DA SEMANA DE 22, MAS SEU MARIDO NÃO PERMITIU. MUDA-SE PARA SÃO PAULO EM 1928 E EM 1934 FOI VENDEDORA DE LIVROS DA EDITORA JOSÉ OLÍMPIO E EM 1965 LANÇA SEU PRIMEIRO LIVRO"OS POEMAS DOS BECOS DE GOIÁS E ESTÓRIAS MAIS". EM 1976 LANÇA O LIVRO "MEU LIVRO DE CORDEL". EM 1980, CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE ESCREVE UMA CARTA A ELA DEPOIS DELE TER LIDO ALGUNS DE SEUS  ESCRITOS, ELOGIANDO-A. DEPOIS DESTA CARTA TER SIDO DIVULGADA DESPERTA O INTERESSE DO PÚBLICO LEITOR E A FAZ FICAR CONHECIDA EM TODO O BRASIL.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

UMA PAUSA NO SEU DIA -" ALÉM DO HORIZONTE"


ALÉM DO HORIZONTE
ERASMO CARLOS E TIM MAIA

Além do horizonte deve ter
Algum lugar bonito pra viver em paz
Onde eu possa encontrar a natureza
Alegria e felicidade com certeza
Lá nesse lugar o amanhecer é lindo
Com flores festejando mais um dia que vem vindo
Onde a gente possa se deitar no campo
Fazer amor na relva escutando o canto dos pássaros
Aproveitar a tarde sem pensar na vida
Andar despreocupado sem saber a hora de voltar
Bronzear o corpo todo sem censura
Gozar a liberdade de uma vida sem frescura
Se você não vem comigo, tudo isso vai ficar...
No horizonte esperando por nós dois
Se você não vem comigo, nada disso tem valor
De que vale o paraíso sem amor
Além do horizonte existe um lugar
Bonito e tranqüilo
Pra gente se amar
Se você não vem comigo, tudo isso vai ficar...
No horizonte esperando por nós dois
Se você não vem comigo, nada disso tem valor
De que vale o paraíso sem amor
Além do horizonte existe um lugar
Bonito e tranqüilo
Pra gente se amar

terça-feira, 3 de julho de 2012

FLIP - PARATY (RIO DE JANEIRO)

COMEÇA AMANHÃ, QUARTA-FEIRA, DIA 04 DE JULHO 

 A 10ª EDIÇÃO DA

FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATY
(FLIP).

ESTE ANO A FLIP PRESTA HOMENAGEM AO
POETA MINEIRO CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE ( 1902-1987)

PELOS 110 ANOS DE SEU NASCIMENTO.

A FLIP INCIOU EM 2003 COM UM PÚBLICO DE 6.000 PESSOAS. A IDÉIA INICIAL SURGIU EM 1997, INSPIRADA NA HAY FESTIVAL, QUE ACONTECE NA CIDADE INGLESA DE HAY-ON-WYE, QUANDO LIZ CALDER LEVOU UM GRUPO DE AUTORES BRASILEIROS ATÉ LÁ.
LUIS  SCHWARCZ  (COMPANHIA DAS LETRAS) E O
ARQUITETO E URBANISTA MAURO MUNHOZ
DA ONG CASA AZUL
ESTAVAM  LÁ TAMBÉM E JUNTOS NESSE SONHO DE REALIZAR UM FESTIVAL NO BRASIL, E PARATY FOI ESCOLHIDO POR SER UM LUGAR QUE ELA CONHECIA E QUE ACHAVA MARAVILHOSO, ALÉM TAMBÉM DA CIDADE TER BONS RESTAURANTES E VÁRIOS HOTÉIS QUE PODERIAM ABRIGAR OS VISTANTES INTERESSADOS NESTE EVENTO CULTURAL.
LENDO NO BLOG "MOCHILÃO DO LIVREIRO" QUE FOI POSTADO POR CAMILA, LI QUE A CIDADE DE PARATY FOI ESCOLHIDA PORQUE O ARQUITETO TRABALHOU NUM PROJETO PARA AMYR KLINK EM PARATY E PERCEBEU TALVEZ PELA SUA FORMAÇÃO QUE AS NOVAS CONSTRUÇÕES NÃO TINHAM O CUIDADO DE PRESERVAR A NATUREZA LOCAL E PREOCUPADO COM ISSO ACHOU QUE TUDO MUDARIA SE A POPULAÇÃO LOCAL ENGAJASE NA IDÉIA DE PRESERVAR O LUGAR EM QUE MORAVAM. DISSO ENTÃO SURGE A IDÉIA OUDACIOSA DE ENVOLVER A POPULAÇÃO COM ESTA FESTA LITERÁRIA, DANDO A CHANCE DE MOSTRAR AOS MORADORES QUE A CIDADE RESTAURADA MELHORARIA TODA A CIDADE E NO BLOG TAMBÉM FALA DO ENCONTRO DO ARQUITETO COM A
EDITORA INGLESA LIZ CALDER
QUE ESTAVA PASSEANDO NA CIDADE E TINHA O DESEJO DE TRAZER A FEIRA LITERÁRIA PARA O BRASIL.E ESTE ENCONTRO IMPULSIONOU QUE AS COISAS ACONTECESSEM E OUTRO FATOR IMPORTANTE É QUE A  EDITORA QUE ELA AJUDOU A FUNDAR, A "BLOOMSBURY" PATROCINOU AS PRIMEIRAS EDIÇÕES DA FEIRA.
E HOJE ESTA IDÉIA QUE DEU CERTO E ESTA NA SUA 10ª EDIÇÃO, INSPIROU OUTRAS CIDADES BRASILEIRAS, COMO POÇOS DE CALDAS(CIDADE DE ESTÂNCIA HIDROMINERAL NO SUL DE MINAS GERAIS) COM A "FLIPOÇOS",
EM PORTO DE GALINHAS, CIDADE LITORAL DE PERNAMBUCO, COM A "FLIPORTO" E A "FLOP" DE OURO PRETO (CIDADE HISTÓRICA DE MINAS GERAIS).

segunda-feira, 2 de julho de 2012

divulgando - " TRIO MACAÍBA E JAZZ COMBO DO CONSERVATÓRIO DE TATUÍ"

NESTA TERÇA-FEIRA, DIA 03 DE JULHO

O 19º FESTIVAL DE MPB.

NO TEATRO PROCÓPIO FERREIRA em TATUÍ(SP).

TRIO MACAÍBA E
JAZZ COMBO DO CONSERVATÓRIO DE TATUÍ.
DIREÇÃO E ARRANJOS PAULO FLORES




TRIO MACAÍBA
Sobre o grupo
Formado em 2000 por músicos que se conheceram no Conservatório Dramático e Musical Dr. Carlos de Campos, o famoso conservatório de Tatuí (SP)De origens diversas, Beto Corrêa (sanfona e voz); Cléber Almeida (zabumba e voz); e Ramon Vieira (triângulo e voz) dedicam-se à mais tradicional vertente do ritmo, o chamado “forró pé-se-serra”, alusão às áreas onde se desenvolveu o gênero. Suas apresentações contam com composições próprias e interpretações de músicas de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e também Gilberto Gil e Djavan.
O grupo tem um cuidado especial com a sonoridade, por isso a formação tradicional com sanfona, triângulo e zabumba. O objetivo é não perder a característica agreste do forró pé-de-serra. Nas apresentações ao vivo, xote, baião, xaxado, côco, quadrilha, rojão e calango são os ritmos predominantes para fazer a “poeira levantar”.
Da música iraniana ao samba e ao maracatu:
as pesquisas do Trio Macaíba
Os integrantes do trio já trabalharam com grandes cantores e instrumentistas da MPB como Djavan, Toninho Horta, Nenê, Vera Figueiredo, Paula Lima, Celso Pixinga, Pena Branca, Natan Marques, Jane Duboc, Renato Teixeira, Elomar, Naylor “Proveta” Azevedo e Banda Mantiqueira, Arismar do Espírito Santo, Hamilton de Holanda, Banda Sinfônica do Estado de São Paulo e Airto Moreira, entre outros.
Mas além do acompanhamento a esses nomes e grupos, os músicos do TRIO MACAÍBA também se dedicam a pesquisar gêneros brasileiros e estrangeiros.
Cleber Almeida desenvolve pesquisas sobre música folclórica brasileira, atuando em festivais como 2º Encontro Internacional de Percussão de Tatuí, Oficina de Música de Curitiba, Festival de Verão de Brasília, Brasil Instrumental de Tatuí e Joinville Jazz Festival.
Beto Corrêa é professor do Conservatório de Tatuí, pianista do grupo de música instrumental Mente Clara e pesquisa o samba tradicional integrando o grupo Bola Sete, formado em 2004. Tem suas raízes na música popular braileira e, mais especialmente, na “música universal” de Hermeto Pascoal e outros.
Ramon Vieira pesquisa o forró pé-de-serra e outros folguedos populares brasileiros, como o Coco de roda, a Ciranda e o Maracatú de baque virado. Também realizou pesquisas em etnomusicologia sobre a música aborígene australiana e a música iraniana.
(informações aqui postadas sobre o triomacaíba foram retiradas do site http://www.triomcaiba.wordpress.com/ )
JAZZ COMBO DO CONSERVATÓRIO DE TATUÍ
Nascida com o sobrenome “Combo” (do inglês combination ou combinação em português), o grupo tem, a partir de uma formação não convencional, a missão de pesquisar repertório, estudar, resgatar, praticar e divulgar a música instrumental e de improvisação. Criada em 1992, une alunos e professores do curso de MPB e Jazz do Conservatório de Tatuí em torno do resgate da história da música brasileira em formações diferenciadas, e ainda, do trabalho de composições e arranjos inéditos, os quais destacam de maneira marcante a cultura dos ritmos brasileiros. Fruto do trabalho marcado por propostas harmônicas e melódicas bastante arrojadas, foi o primeiro CD do grupo, “Rumo Norte”, lançado em 1998, com obras de Paulo Flores. Com essas obras o grupo recebeu diversos prêmios de música instrumental, Avaré, Londrina, Botucatu, Prata da Casa Sesc Pompéia e Sesc Vila Mariana. Com a obra “Espírito da Coisa” foi premiada no Festival de Jazz Latino de Havana, em Cuba, no ano de 2004, sendo esta então interpretada pelo legendário agrupamento de jazz latino Irakerê, de Chuchu Valdez.
O grupo realizou, ainda, dezenas de apresentações em Sescs e teatros de São Paulo e do interior, além de festivais realizados nos municípios de Londrina, Ourinhos e Tatuí – em eventos respeitados como o “Chorando sem Parar” e o “Brasil Instrumental”, este último um dos mais importantes dos últimos tempos no Estado de São Paulo. Muitas dessas apresentações ocorreram ao lado de convidados reconhecidos como Monica Salmaso, Proveta, Teco Cardoso, Paulo Freire, Vinícius Dorin, Nenê, além dos trompetistas americanos Ed Sarath e Daniel Barry (que se tornou parceiro de Flores na obra Dois Hemisférios, para Big Band, premiada em Londrina e Avaré), sempre com a proposta de compartilhar repertório, resgatar a música brasileira e promover releituras.
No ano de 2008 gravou o DVD “Será o Benedito!?!”, com releituras da obra de Benedito Lacerda e Pixinguinha. Atualmente é formada por músicos profissionais, professores e alunos bolsistas do nível avançado de cursos do Conservatório de Tatuí e trabalha na produção de seu segundo CD, denominado “Sextando”. Autoral como o primeiro, o CD traz, entre outras, a faixa “Sexta”, com participação do violeiro Paulo Freire, o primeiro “choruses causo” da história.(http://www.conservatoriodetatui.org.br/). 

quinta-feira, 28 de junho de 2012

divulgando - violeiro Paulo Freire em Rio Preto - junho/2012

"É do pássaro
voar
Assim como
é do homem
sorrir"
(Gildes Bezerra, Recantares)

Caros amigos,
No próximo sábado 30 de junho, o violeiro Paulo Freire apresenta composições inspiradas no seu livro, o Jurupari, para narrar causos sobre nossos mitos, tocar canções caipiras com esta temática e contar um pouco sobre a criação das lendas.
À 20:30h no teatro do SESC RIO PRETO - SP
-retirada de ingressos com uma hora de antecedência. Vagas limitadas

Será uma alegria contar com sua presença.
Abraços,
Ana Salvagni.



quarta-feira, 27 de junho de 2012

PARINTINS - AMAZÔNAS - BRASIL

AQUI "POSTO" MAIS UM EVENTO QUE ACONTECEU AQUI NO ESPAÇO CULTURAL NO ANO DE 2008. 
APROVEITANDO A DATA DA FESTA QUE ESTE ANO (2012)
ACONTECE NOS DIAS 2930 DE JUNHO E 01  DE JULHO.
JOSÉ CARLOS PORTILHO E SEU FILHO
ESTIVERAM AQUI E NOS CONTOU SOBRE ESTA GRANDE FESTA.


O FESTIVAL FOCLÓRICO DE PARINTINS, 

TAMBÉM CHAMADA "FESTA DO BOI", ATRAÍ MAIS DE 100 MIL PESSOAS POR ANO. SÃO DOIS BLOCOS,
 "CAPRICHOSO"(DA COR AZUL E BRANCO) 
 E "GARANTIDO"( DA COR VERMELHA E BRANCO).
TODA A APRESENTAÇÃO É INSPIRADO EM LENDAS DE PAJELANÇA ÍNDIGENAS DE VÁRIAS TRIBOS E COSTUMES CABLOCOS DA AMAZÔNIA.  E ACONTECE NA
ARENA DO BUMBÓDROMO EM
PARINTINS.
 ESTA FESTA AMAZONENSE DO BOI MISTURA O FOLCLORE INDÍGENA COM A TRADIÇAO JUNINA DO BUMBA-MEU-BOI DA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL E É UM DOS PRINCIPAIS EVENTOS DO CALENDÁRIO CULTURAL DO ESTADO. PARINTINS É UMA ILHA TAMBÉM CHAMADA DE "ENCANTADA" E  FICA A 370 KM DE MANAUS, CAPITAL DO ESTADO DA  
AMAZÕNIA. O ARTESÃO PARINTINENSE UTILIZA SEU TALENTO NAS ESCOLAS DE SAMBAS TANTO DO AMAZÔNAS COMO DAS ESCOLAS DE SÃO PAULO (SP) E RIO DE JANEIRO (RJ).

ESTE ANO O TEMA DO BOI CAPRICHOSO
SERÁ "VIVA A CULTURA POPULAR",

O CENTRO DO ENREDO É SOBRE OS 100 ANOS DA CULTURA PARINTINENSE COM DESTAQUE PARA AS PASTORINHAS E A CAPOEIRA, MOVIMENTOS TRADICIONAIS DA CIDADE.

E O TEMA DO BOI VERMELHO E BRANCO 
 "GARANTINDO, TRADIÇÃO".

SEU FOCO É AS LENDAS, MITOS E O FOLCLORE DOS POVOS AMAZÔNICOS E A TRADIÇÃO DA ARTE QUE VEM DA POPULAÇÃO DA ILHA.
EM 2011, O BOI GARANTIDO QUE VENCEU NO FESTIVAL. DAS 46 EDIÇÕES DO FESTIVAL, O VERMELHO  GANHOU 28 VEZES.
A TV BAND EXIBIRÁ PELA QUINTA VEZ, COM EXCLUSIVIDADE PARA TODO O BRASIL, O 47ºFESTIVAL FOLCLÓRICO DE PARINTINS. E PARA TODO O MUNDO VIA BAND INTERNACIONALESTE ANO, JUNTA-SE COM OS JORNALISTAS BRASILEIROS CREDENCIADOS PARA A FESTA OS PROFISSIONAIS DA CHINA, JAPÃO, EUA, FRANÇA, URUGUAI  E CANADÁ.




O CONVITE:
AMANHÃ, SEXTA-FEIRA, DIA 05 DE SETEMBRO, ÀS 20h00,

TEREMOS AQUI NO

ESPAÇO CULTURAL ORÉ

A PRESENÇA DE UM DOS

 COMPONENTES  DA ALA DOS COMPOSITORES

DO GRUPO FOLCLÓRICO

“BOI CAPRICHOSO - AZUL E BRANCO” DA CIDADE DE PARINTINS

JOSÉ CARLOS PORTILHO DE JESUS¹

E SEU FILHO GIANCARLO PESSOA DE JESUS²

QUE O ACOMPANHARÁ NO VIOLÃO.


SERÁ UMA CONVERSA INTERATIVA DA CULTURA AMAZÔNICA, EM ESPECIAL DA

FESTA DE PARINTINS. SE QUISER, TRAGA O QUE FOR BEBER. ESPERAMOS VOCÊ.
*colaboradores: José Adriano, Adriana Alves, Nelson Carvalho,
Marcelo Fenerich, Araci, Sérgio.


1 e 2 - Nascidos na cidade de Parintins (AM),  cantores e compositores
Atualmente J. Carlos Portilho compos 106 toadas/musicas para o grupo folclórico Caprichoso e 76 músicas diversas MPB ( Festivais de Canção ), algumas em parceria com Giancarlo Pessoa
Instrumentos a utilizar:  02 Violões, 01 atabaque.

Festival Folclórico de Parintins

O Festival Folclórico de Parintins é uma festa popular realizada anualmente no último final de semana de junho na cidade de Parintins, Amazonas.
O festival é uma ópera à céu aberto, onde competem duas agremiações, o Boi Garantido, de cor vermelha, e o Boi Caprichoso, de cor azul. A apresentação ocorre no Bumbódromo(Centro Cultural) estrutura com capacidade para 35 mil espectadores. Durante as três noites de apresentação, os dois bois exploram as temáticas regionais como lendas, rituais indígenas e costumes dos ribeirinhos através de alegorias e encenações. O Festival de Parintins se tornou um dos maiores divulgadores da cultura local.
Em Parintins, um torcedor jamais fala o nome do outro Boi, e usa apenas a palavra "contrário" quando quer se referir ao opositor. São proibidas vaias, palmas, gritos ou qualquer outra demonstração de expressão quando o "contrário" se apresenta.
  • Música
A música, que acompanha durante todo o tempo, é a  toada, acompanhada por um grupo de mais 400 ritmistas. Os dois Bois dançam e cantam por um período de três horas, com ordem de entrada na arena alternada em cada dia. As letras das canções resgatam o passado de mitos e lendas da floresta amazônica. Muitas das toadas incluem também sons da floresta e canto de pássaros